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Debates sobre futuro sustentável, evasão e permanência estudantil marcam abertura oficial do Planeta IFMG
Primeiro dia do evento trouxe uma série de atividades no Campus Ouro Preto e também on-line. Programação se estende até o dia 4 de dezembro.
Nesta segunda-feira, dia 2 de dezembro, foi realizada a cerimônia oficial de abertura do Planeta IFMG, no Campus Ouro Preto. O evento conta com a integração de toda a comunidade do Instituto, com o objetivo de promover a troca de experiências e a valorização da cultura. Para iniciar os trabalhos da noite, o Coral de Ouro Preto realizou uma apresentação musical.
Em seu pronunciamento, o reitor, Rafael Bastos, ressaltou a importância do debate para trazer um novo olhar e ações relevantes para o Instituto. “O IFMG representa a diversidade. O Planeta IFMG reflete o que nós queremos para os nossos alunos, isto é, criar laços e vínculos, o que é fundamental para uma instituição que nasceu muito diversa”, acrescenta.
Para o pró-reitor de Ensino e Assuntos Estudantis, Mário Alvarenga, o Planeta IFMG materializa a indissociabilidade entre Pesquisa, Ensino e Extensão. “A discussão será base para o delineamento de nossos currículos e ações institucionais”, enfatiza. É o que reitera a pró-reitora de Inovação, Pesquisa e Pós-Graduação, Gislayne Gonçalves: “Ciência, tecnologia e inovação têm que estar presentes nos três pilares. E a sustentabilidade está no centro das ações estratégicas e no cotidiano”, ressalta. Já o pró-reitor de Extensão, Esporte e Cultura, José Roberto de Paula, deu destaque para os vários momentos em que a perspectiva da Extensão está presente no evento, como o seminário “Saberes da Extensão”, grupos de trabalhos e ações culturais, por exemplo.
O diretor-geral do Campus Ouro Preto e anfitrião do evento, Reginato Santos, dimensionou a relevância do tema sustentabilidade, além de destacar a necessidade de aplicação dos encaminhamentos resultantes dos debates, com vistas ao crescimento do IFMG.
Futuro sustentável
“Futuro sustentável” foi o tema da mesa interativa que contou com a participação do gerente do Departamento Regional da @finepinova, Wadson Ribeiro; do professor do IF Sul de Minas, Luiz Carlos Rocha; da professora do IF Sudeste de Minas, Rosana Machado; e do professor da Universidade Federal de Ouro Preto, Rodrigo Bianchi. O debate foi mediado pela docente do IFMG, Érica Aniceto.
De acordo com Wadson, os eixos da Nova Indústria Brasil, atual política brasileira vigente, demonstram que o país tem plena capacidade para uma indústria limpa, com menos emissão de carbono e menos impacto para o meio ambiente. Ribeiro acrescenta que as medidas estão atreladas a um futuro que necessita ter mais sustentabilidade. “Para isso, é preciso investir em ciência, tecnologia e inovação. A missão de cada eixo é mobilizar universidades, institutos federais e o setor privado como parceiros nesse novo tipo de indústria”, esclarece.
“E nós, como IF, como estamos atuando?”: esse foi o foco da reflexão do representante do IF Sul de Minas, que ressaltou que a ciência agora está, de fato, caminhando para a sustentabilidade. “A lei 11.892, que cria a Rede Federal e os IFs, é superficial nesse aspecto. Como propor desenvolvimento regional sem sustentabilidade? Para termos futuro, ela precisa fazer parte do nosso interior”, reflete Luiz Carlos. Rosana Machado, do IF Sudeste de Minas, procurou apontar como a Extensão dialoga com a sustentabilidade, por meio que questões relativas à diversidade e à tecnologia social.
Já o docente da Ufop. Rodrigo Bianchi, esclareceu que implementar os ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos pela Assembleia das Nações Unidas até 2030 – exige mudanças no ensino, abordagem interdisciplinar ampla centrada no estudante e na resolução de problemas, além do desenvolvimento profissional vitalício. Para Bianchi, o futuro sustentável está relacionado, ainda, com o conceito de Sociedade 5.0, que apresenta como base as tecnologias mais avançadas, mas traz o ser humano em posição central e requer colaboração estreita entre governo, academia e indústria.
Evasão e permanência estudantil
Mais cedo, o auditório central do campus foi palco para a palestra “Combate à evasão, promoção da permanência e sucesso estudantil”, com a professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Marise Ramos.
A docente chamou atenção para o fato de que a permanência e o êxito – no sentido de construção do conhecimento – são questões de ordem profissional e ética. A primeira porque receber o estudante, acompanhá-lo e testemunhar sua finalização na instituição são prerrogativas de todos os profissionais envolvidos, isto é, é inerente à profissão de educador. E a segunda porque, segundo Ramos, é ético todo o problema que é detectado e que a sociedade dispõe de meios para resolvê-lo.
“Esse é um tema ardiloso porque está imerso no âmbito do projeto institucional, do ponto de vista amplo de cumprimento de sua missão. É uma questão que desafia todos os profissionais de educação – professores, assistentes, psicólogos... –, uma vez que é a principal mediação para que o estudante tenha êxito”, pondera Marise.
Nesse sentido, a professora acentua que é imprescindível a reflexão de aspectos como condições específicas de vulnerabilidade às quais os alunos estão submetidos; particularidades financeiras; além de estratégias de construção pedagógica e de assistência estudantil.
“Não podemos deixar que as instituições se enfraqueçam. É preciso enfrentar – isto é, não fugir e não ignorar que ele existe – e resolver o problema, que é ético e faz parte da história da Rede Federal”, conclui.
Assista à palestra na íntegra:
(Fotos: Comunicação / Campus Ouro Preto)
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