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Laboratório reúne documentos e imagens que retratam cotidiano do Campus desde os seus primórdios

por Tatiana Toledo publicado: 25/04/2019 09h37, última modificação: 25/04/2019 09h37

Um espaço que reúne fragmentos de um passado coletivo que interessam não somente a uma instituição septuagenária, mas também à comunidade, transformada direta ou indiretamente por suas atividades. Criado em 2009 por professores da Área de História, o Laboratório de Memória Institucional e Pesquisa Histórica (LaMPhis) tem reunido, ao longo de sua existência, documentos variados, que retratam o cotidiano da antiga Escola Técnica Federal de Ouro Preto, hoje IFMG - Campus Ouro Preto, em períodos distintos de sua história.

Além de um vasto conjunto de fotografias, que já ultrapassa a marca de 10 mil imagens, o acervo é composto, em sua maior parte, por documentos, dentre os quais livros de atas de reuniões, matrículas, lançamento de notas, inscrição em vestibulares, registros de compras, arquivos de aprovação e reprovação de alunos, folhetos, jornais e informativos produzidos pela Instituição e pela imprensa da região, entre outros. 

O espaço foi idealizado, há dez anos, pelos professores Guilherme Maciel (atual coordenador) e Daniel Diniz, que perceberam não apenas a necessidade de preservar a memória da Instituição, mas fazer com que o IFMG cumpra uma obrigação legal, que é a de promover a gestão e a proteção de documentos e arquivos, como instrumento de apoio à administração, à cultura e ao desenvolvimento científico.

“Nós percebemos que havia muitos documentos espalhados pela Escola. Pesquisamos nas áreas acadêmicas, gerências e diretorias tudo que havia de material que pudesse ser doado. Inclusive temos materiais que não são documentos, mas que também são registros de memória, para quem sabe, num futuro, criar um pequeno museu”, conta Maciel. Inicialmente, todo o material era acondicionado em uma sala no Pavilhão dos Inconfidentes. Em 2014, por meio de um projeto de extensão, foi possível instalar o laboratório no Pavilhão de Segurança do Trabalho, junto à permanência dos docentes de História. O espaço conta com duas salas: uma para tratamento, conservação e limpeza, e outra para a guarda do acervo.

Atividades e projetos

São os projetos submetidos à Diretoria de Inovação, Pesquisa, Pós-graduação e Extensão que movimentam o laboratório, possibilitando a aquisição de equipamentos, o aumento do acervo e a atividade de bolsistas e voluntários, responsáveis pelo trabalho de tratamento, catalogação, digitalização e disponibilização de conteúdo ao público.

Atualmente, dois projetos estão vinculados ao LaMPhis. Um deles, denominado “A Escola Técnica Federal de Ouro Preto no processo de consolidação da rede federal de educação profissional no Brasil”, foi conduzido inicialmente pelo professor Arthur Versiani, falecido em 2018, sendo coordenado atualmente pela professora Julice Maria Resende Machado. O projeto utiliza a metodologia da História Oral e realiza gravação, em vídeo, de entrevistas com ex-alunos e antigos e atuais servidores, para posterior transcrição e análise, além de arquivamento e disponibilização do conteúdo aos pesquisadores que utilizam o laboratório. 

Outra iniciativa, intitulada “Tratamento de acervo histórico do IFMG - Ouro Preto sob guarda do Laboratório de Memória Institucional e Pesquisa Histórica”, é voltada mais especificamente para a rotina de atividades do LaMPhis, sendo coordenada, também, pelo professor Guilherme Maciel. Sua proposta é dar continuidade à execução do trabalho de tratamento, inventariação arquivística, organização, digitalização e disponibilização ao público do acervo documental (manuscritos e fotografias) pertencente à Instituição, desde os seus primórdios até os dias atuais.

Mão na massa

Um trabalho minucioso é realizado por duas bolsistas do curso de tecnologia em Conservação e Restauro do Campus, Lílian Gabriela de Oliveira e Priscila Bonardi Oliveira (que também possuem formação em Conservação e Restauro de Bens Móveis pela FAOP), e por uma voluntária, Ione Maria Simões, ex-funcionária terceirizada da Instituição. São elas, atualmente, as principais responsáveis por toda a dinâmica de funcionamento do local, desde o recebimento de novos materiais, separação de documentos que estejam sob ataque biológico (como insetos e microorganismos), higienização, conservação e identificação do acervo, até o atendimento aos pesquisadores.

Além da oportunidade de poder colocar em prática o conhecimento adquirido nos dois cursos, para as bolsistas, o trabalho realizado também as gratifica no campo pessoal. “O mais interessante, para mim, são as fotografias, pois há imagens desde o início da Escola. Eu também fiz curso técnico aqui. É interessante ver todo o processo de evolução através de imagens. Além disso, a oportunidade que tenho aqui contribui para minha formação”, conta Lílian de Oliveira.

Priscila Oliveira, que também é formada em História, orgulha-se por contribuir para a preservação da memória institucional. “Todo esse acervo faz parte de uma memória coletiva, de pessoas que estudaram e trabalharam aqui. Os materiais com que temos contato e as pessoas a quem damos suporte e auxiliamos em suas pesquisas nos trazem um enorme aprendizado. A gente se sente útil, como alunas do IFMG, em contribuir para a memória da instituição, que é seu patrimônio”, destaca.

A ex-funcionária Ione Simões, que trabalhava como auxiliar do Pavilhão de Segurança do Trabalho, é considerada pela equipe a Relações Públicas do Laboratório. Ela não apenas auxilia na identificação do acervo, em especial, das fotografias, como procura pessoas dentro e fora do Campus para informar que algo encontrado pode ser de seu interesse, auxiliando, consequentemente, na divulgação do espaço. “Comecei a trabalhar aqui uma semana após ter sido desligada da empresa que atendia o Campus. As bolsistas foram me orientando sobre o tratamento que devia ser dado às fotografias e me apaixonei. Nessas imagens tem a escola no chão, quando era de terra, tem a construção dos pavilhões de química e física, do ginásio, inauguração do restaurante, construção das quadras. Tem registro de alguns professores da época em que ainda eram alunos aqui. Já encontrei até familiares meus. É coisa muito bonita”, relata, empolgada. “É um trabalho gostoso de fazer. Muita gente pergunta o que estou fazendo aqui, já que me aposentei. Mas é algo que só me faz bem”.

Atendimento ao público

Uma das atividades mais importantes realizadas no laboratório é o atendimento ao público. Entre março e dezembro de 2018, 35 pessoas estiveram no LaMPhis para realizar pesquisas. Segundo o coordenador, esse público, em sua maioria constituído por pessoas das cidades de Ouro Preto e Mariana, acessou a documentação para realizar pesquisas acadêmicas, buscar  fotografias para homenagens e exposições, formar acervo pessoal, fazer consulta previdenciária etc. “Há pesquisas acadêmicas sendo feitas aqui, como dissertações de mestrado de servidores. Cabe ainda ressaltar que o LaMPhis, na medida do possível e dentro das disposições legais, também atende às pessoas que requerem informações e cópias de documentos via correio eletrônico, disponibilizando, para tanto, um endereço de e-mail próprio. Durante a vigência do programa de extensão em 2018, estimamos que tenhamos atendido aproximadamente 30 pessoas por meio desta ferramenta”.

O espaço também recebe doações de documentos e fotografias para composição do acervo. Servidores, aposentados, alunos, egressos e pessoas da comunidade podem contribuir.

Aqueles que desejam visitar o espaço, encaminhar solicitações de pesquisa ou enviar novos materiais podem comparecer pessoalmente ao Laboratório (no Pavilhão de Segurança do Trabalho), ou fazer contato por meio dos seguintes e-mails: laboratoriodememoriaop@gmail.com e guilherme.maciel@ifmg.edu.br