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Populações Vulneráveis e Patrimônio Cultural Urbano: Investigação sobre o processo de vivência e apropriação em Ouro Preto

Os novos marcos teóricos da preservação cultural apontam que a patrimonialização de um bem não deve se basear somente em sua materialidade ou nos atributos histórico-artísticos, mas principalmente nas possibilidades e potência em se fazer presente, em participar da vida cotidiana, na ressignificação permanente e cotidiana pela sociedade (VIÑAS, 2004). Não obstante, pode-se observar que a prioridade nos estudos sobre o patrimônio cultural urbano recai sobre o objeto em si, desconsiderando ou relevando em plano secundário os olhares dos cidadãos sobre esse bem. A relação dos moradores desses sítios com seu patrimônio é permeada por conflitos e diálogos, significados e dissensos. Objetiva-se, a partir do desenvolvimento da presente pesquisa, investigar qual a relação estabelecida entre os moradores das regiões periféricas das cidades patrimônio com os sítios patrimonializados, se estabelecem afetividades e se apropriam dos espaços no seu dia-a-dia, se consideram essas parcelas urbanas como parte integrante do cotidiano, tendo Ouro Preto como caso-referência. Nesse sentido, foi escolhido como estudo de caso o bairro São Cristóvão, localizado nas encostas da cidade e marginalizado pelas políticas oficias de preservação do patrimônio. Foram estabelecidas bases teóricas para fundamentar e possibilitar, efetivamente, o desenvolvimento da pesquisa. Assim, revisão bibliográfica subsidiou a realização de entrevistas individuais com moradores e representantes institucionais do bairro, utilizando como base um roteiro semi-estruturado, com intuito de coletar informações e percepções dos moradores, como (a) os vínculos de afeto e de apropriação cotidiana dos moradores dessa região, entorno do patrimônio consagrado; (b) a percepção sobre o processo de patrimonialização e; (c) a utilização da cidade em suas funções cotidianas. Em seguida, prosseguirá a análise do conteúdo, envolvendo a interpretação dos dados coletados em campo. A pesquisa, que encontra-se em desenvolvimento, não apresenta análises concretas relativas ao conteúdo das entrevistas. Contudo, em análise premilinar, é possível levantar a hipótese de que os moradores do bairro São Cristóvão compreendem e valorizam a importância da preservação patrimonial, apesar de demonstrarem uma percepção singular quanto aos reflexos da mesma sobre o contexto periférico em que vivem.

Palavras-chaves: Patrimônio Cultural, Preservação Urbana, Vulnerabilidade

Bolsistas: Maria Cecília Machado Faustino e Nathália Freire Azevedo

Orientador: Maria Cristina Rocha Simão