Você está aqui: Página Inicial > Notícias > Campus Bambuí apoia indicação de Alysson Paolinelli ao Prêmio Nobel da Paz
conteúdo

Acontece nos Campi

Campus Bambuí apoia indicação de Alysson Paolinelli ao Prêmio Nobel da Paz

Ex-ministro, Paolinelli morou na sede que deu origem ao IFMG. Considerado o 'pai' da agricultura tropical sustentável, ele teve a nomeação aprovada para avaliação do comitê julgador do Prêmio Nobel.
publicado: 24/02/2021 10h54, última modificação: 14/03/2024 11h16

Mineiro de Bambuí, o ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli, também reconhecido como o “pai” da agricultura tropical sustentável que transformou o Brasil em uma potência agroalimentar global, foi oficialmente indicado para o Prêmio Nobel da Paz 2021. O nome foi aceito pelo comitê do prêmio no dia 22 de janeiro. A nomeação foi protocolada no Conselho Norueguês do Nobel pelo diretor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), Durval Dourado Neto, que enviou um dossiê com a história de Paolinelli.

Ao todo, instituições científicas ligadas ao agronegócio de 24 países manifestaram apoio ao pleito através de 119 cartas. As cartas representam instituições do Brasil, Estados Unidos, Argentina, Costa Rica, Canadá, China, Alemanha, Índia, entre outros. Agora, o comitê do Prêmio Nobel, composto por cinco membros, fará uma pré-seleção dos indicados. Se for selecionada, a indicação de Paolinelli passará por uma análise aprofundada que vai até setembro, quando a comissão se reúne novamente e delibera os ganhadores. A divulgação do resultado será em dezembro deste ano.

Além de reconhecer a importância de Alysson Paolinelli para a agricultura brasileira, o objetivo é mostrar ao mundo que o Brasil tem um sistema de produção sustentável e que pode ser aplicado em outras regiões tropicais. “O agronegócio do Brasil representa, hoje, uma mudança fundamental no agro mundial. Até a década de 70, éramos importadores de alimentos e, com o trabalho de Paolinelli, de lá pra cá, essa situação mudou e passamos a exportar. O Alysson Paolinelli é o ‘pai’ da agricultura brasileira. Na minha visão, ele é o maior brasileiro vivo”, afirma o embaixador especial da FAO para as Cooperativas, Roberto Rodrigues.

História com o IFMG

Nascido em 1936, Paolinelli chegou a morar, durante a juventude, na casa onde hoje funciona o museu do IFMG - Campus Bambuí. O pai dele foi diretor do Posto Agropecuário, que depois deu origem à escola. Servidor aposentado, o senhor Altamiro Gomes de Oliveira lembra quando o ex-ministro passava férias no campus e estudava no alpendre de sua casa, na época em que já estava cursando Agronomia em Lavras. Tornou-se agrônomo em 1959 pela Escola Superior de Agronomia (Esal), que depois se tornou universidade federal.

“A história do nosso ministro Alysson Paolinelli remete às origens do Posto Agropecuário, atualmente Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais - Campus Bambuí. Sua indicação para receber o Prêmio Nobel da Paz é motivo de grande orgulho para nossa instituição, e seu engajamento foi responsável por uma revolução em nosso país. Apoiamos e lutamos pelo reconhecimento de seu trabalho, que tornou o Brasil uma referência mundial na produção animal e vegetal, aliado à vanguarda em diversas tecnologias aplicadas no campo”, declarou o diretor-geral do Campus Bambuí, Rafael Bastos.

Trajetória

Paolinelli esteve à frente de muitas ações em âmbito estadual e nacional. Em 1971, assumiu a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, a convite do governador Rondon Pacheco, e criou incentivos e inovações tecnológicas que tornaram o Estado o maior produtor de café do Brasil. Devido ao trabalho desenvolvido em Minas, em 1974, foi convidado pelo então presidente Ernesto Geisel e assumiu o posto de ministro da Agricultura. À frente do ministério, desenvolveu um grande trabalho para modernizar a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e promover a ocupação econômica do Cerrado brasileiro.

O trabalho realizado por Paolinelli priorizou a ciência. Ofereceu mais de 2.000 bolsas de estudo para mestrado e doutorado nas melhores universidades de ciências agrárias do mundo, com a missão de trazer para o Brasil o que havia de mais moderno em pesquisa e tecnologia agrícola no planeta. O objetivo era expandir a agricultura de modo acelerado, para reduzir importações de alimentos e atingir a autossuficiência. A formação dos técnicos permitiu o avanço nas universidades, institutos e demais entidades ligadas às pesquisas agropecuárias no país. 

Após deixar o Ministério da Agricultura, ainda exerceu cargos de destaque na vida pública brasileira. Foi presidente do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), deputado constituinte, presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) entre outros cargos. 

Acesse o site de apoio à candidatura ao Prêmio Nobel da Paz