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Desigualdade social entre escolas públicas de Ouro Preto

publicado: 10/12/2019 13h44, última modificação: 17/12/2019 13h04

Aline Lazares – Administração 1D2
Anna Gabriela Gomes – Administração 1D2
Laura Fernandes – Administração 1D2
João Oliveira – Administração 1D2
Maysa Mendes – Administração 1D2
Rafael Ernesto – Administração 1D2
Taís Nascimento – Administração 1D2

 

A desigualdade social é uma triste realidade que há séculos é enfrentada pelo mundo todo, em alguns lugares mais do que em outros, pois, normalmente, nos países em desenvolvimento seu impacto é mais intenso.

Resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2011) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam a diminuição da pobreza no Brasil e, consequentemente, da desigualdade social. Assim, nos últimos anos, 28 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta e 36 milhões entraram na classe média. Entretanto, estima-se que 16 milhões de pessoas ainda permanecem na pobreza extrema.

Em Minas Gerais, a renda per capita inferior à média nacional é intrigante, já que o estado possui o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do país.  O rendimento médio mensal em 2017 somou R$ 1.989, ante a média de R$ 2.112 no Brasil, uma demonstração de que Minas é um estado muito desigual, ressalta o coordenador estadual da PNAD Contínua, Gustavo Fontes. Em 2016, a diferença era de 27,1 vezes a favor dos mais ricos, de modo que “se por um lado Minas tem regiões mais ricas, como o Triângulo e a Região Metropolitana de Belo Horizonte, existem áreas como o Jequitinhonha e o Norte do estado que têm o nível de renda abaixo da média nacional”, afirma.

Ouro Preto, cidade histórica, conhecida por sua belíssima arquitetura barroca e pelas minas de ouro, contrasta os pontos turísticos com suas várias periferias que mostram claramente o seu desequilíbrio social.

Para conhecer a forte desigualdade social que ocorre em Ouro Preto, uma pesquisa foi feita entre duas escolas públicas de ensino médio, sendo elas a Escola Estadual Desembargador Horácio Andrade, que fica no bairro Alto da Cruz, e o Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), nos cursos de Administração e de Edificações, localizada na Bauxita.

Os dados mostram que, entre os entrevistados, no IFMG 45 são mulheres e 14 homens, já no Horácio Andrade são 24 mulheres e 35 homens. Em questão de etnia, no Horácio Andrade, os entrevistados somam 10 brancos, 30 pardos e 19 negros, já no IFMG, 21 brancos, 35 pardos e 3 negros. A renda familiar de 58 pessoas no IFMG soma mais de 1 salário mínimo, já no Horácio Andrade apenas 34 estudantes dispõem dessa renda. Esses foram alguns dos dados coletados nas escolas.

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Vale ressaltar que, mesmo dentro do próprio IFMG, observa-se vários casos de desigualdade, por exemplo, entre os cursos. "O curso de Metalurgia é visto como o mais fácil de entrar [...] Nós somos vistos como os pobres, pretos e que vão te roubar", disse Cristiane, aluna do curso de Metalurgia.

As pessoas reconhecem e sentem na pele essa desigualdade. "Existe desigualdade no IFMG, e tudo começa no processo seletivo, por que muitas pessoas não tem uma base boa antes de fazer a prova pra entrar, e acabam optando pelos cursos mais fáceis de entrar [...] e dá pra ver muito como esses cursos são marginalizados", afirma a aluna Laura, de Administração. Portanto, devemos sempre ter consciência de, em qual lugar estamos perante essa desigualdade.

 


* Produzida por discentes, essa reportagem faz parte de uma série especial sobre o impacto das desigualdades na juventude de Ouro Preto, orientada pela pelo professor de Língua Portuguesa Paulo Ricardo Moura.

 Os dados e aopiniões aqui expressos são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, as políticas ou opiniões da Instituição.

Para conferir todas as publicações da série, acesse: Especial Juventude Ouro-pretana