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Campus Santa Luzia exibe documentário sobre o Rio das Velhas
Ciceroneando um grupo de seis estudantes franceses e três professores da CFA Agricole Public des Hauts de France, o Campus Santa Luzia exibiu na noite desta terça-feira, 31 de janeiro, o documentário "O encontro das águas com a história: Alto Rio das Velhas", como parte da programação do Projeto França-Brasil.
O grupo francês atua na área de recursos hídricos e teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre a história do Rio das Velhas, considerado um importante elemento no desenvolvimento da região central de Minas Gerais e responsável por boa parte do abastecimento de água na região metropolitana de Belo Horizonte. Além disso, durante a estadia no Brasil, eles realizaram visitas técnicas e trabalhos de campo na região de atuação do projeto (Ocupações da Izidora, entre Belo Horizonte e Santa Luzia).
Ao final da exibição do documentário, um breve debate sobre o tema foi mediado pelo professor Daniel Miranda e teve a participação da presidente do CBH Rio das Velhas, Poliana Valgas, do jornalista Otávio Di Toledo, da coordenadora-geral do subcomitê do Poderoso Vermelho, Regina Torres e da mobilizadora do CBH Rio das Velhas, Luciana Gomes.
O documentário, produzido pelo jornalista Otávio Di Toledo, traz uma reflexão sobre a qualidade da água do Rio das Velhas desde sua nascente no Parque Municipal Cachoeira das Andorinhas, em Ouro Preto, até chegar em Belo Horizonte e adjacências, além de citar os riscos e impactos que a mineração causa em Minas Gerais. Para Di Toledo, a sociedade precisa se envolver e participar mais nas questões ambientais. “Atualmente, mais de três milhões de pessoas se beneficiam do Rio das Velhas. É possível que em 10 anos, Belo Horizonte não tenha mais água de qualidade se nada for feito para impedir a poluição do rio”, ressaltou.
Durante o bate-papo, Poliana Valgas parabenizou a produção do documentário e lembrou a extensão do rio, dos impactos ambientais que ele sofre e também dos pontos positivos ao longo de toda sua extensão. “A bacia compreende 51 municípios, ao longo desse território de mais de 800 km, esse rio recebe diversos impactos. Apesar disso tudo, destaca-se aqui a intensa mobilização social ao longo da bacia para recuperação deste território”, destacando a gestão descentralizada do Comitê e a necessidade de políticas públicas e do envolvimento de empresas que atuam na bacia para a preservação ambiental.
Traduzindo simultaneamente todo o evento, o professor Daniel Miranda, ao final deixou uma mensagem de reflexão aos participantes. “É um trabalho para transformarmos a realidade a longo prazo. Sozinho, a gente não muda o mundo, agora se todo mundo fizer um pouquinho, lá na frente talvez seja possível atingir a recuperação e a saúde de nossos rios”, disse.
Projeto França-Brasil
Em 2020, o IFMG firmou convênio com a CFA Agricole Public des Hauts de France visando promover produções científicas conjuntas e o intercâmbio técnico-científico e cultural de estudantes e servidores do Campus Santa Luzia. Até o momento, o IFMG já recebeu 16 aprendizes franceses e enviou as alunas Aline Morais e Ana Carolina Araújo, em janeiro de 2022, do curso de Arquitetura e Urbanismo, para realizar uma mobilidade no formato de estágio nas instituições francesas.
Sobre o feedback da experiência vivida na França, Daniel Miranda ressaltou que a oportunidade foi extremamente enriquecedora para elas, já que haviam feito parte da equipe do Projeto França-Brasil e puderam auxiliar os aprendizes e formadores franceses na construção de mapas e com as dúvidas com relação ao território escolhido como objeto de trabalho (Ocupações da Izidora, assentamento informal localizado entre Belo Horizonte e Santa Luzia). "Como haviam estudado a língua francesa por meio de curso oferecido gratuitamente pelo IFMG Campus Santa Luzia, as estudantes Aline e Ana Carolina não tiveram grandes dificuldades de comunicação. Além disso, elas conheceram as instalações do CFA Agricole Public des Hauts de France e os campi de Douai e Abbeville", disse.
Segundo o diretor-geral do Campus Santa Luzia, Wemerton Luis Evangelista, este ano cinco estudantes terão a oportunidade de participar em outubro de 2023, do Fórum Franco-brasileiro Ciência e Sociedade, em Bourges, na França. “O projeto França-Brasil é um dos mais importantes no campus e que com o passar dos anos vem se firmando. Temos investido e dado a devida importância que o projeto merece”, disse Evangelista. Os estudantes selecionados são dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, Paisagismo, Engenharia Civil e Edificações.
Kevin Boulangers, aluno do CFA Agricole Public des Hauts de France, falou sobre a experiência, e destacou a importância do projeto contínuo de intercâmbio entre França e Brasil, desenvolvido pelo IFMG, e ressaltou também a importância da “mobilização e conscientização ambiental, dentro das salas de aula, das crianças e jovens, que, num futuro próximo, serão os tomadores de decisões a nível governamental”. “Isso pouco a pouco vai sedimentando o caminho às melhores práticas ambientais”, completou.
Assista abaixo ao episódio #1 do Café Internacional sobre o Projeto França-Brasil: a experiência do IFMG
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Projeto França-Brasil recebe estudantes franceses no Campus Santa Luzia
*Colaboração: Arthur de Viveiros. Fotos: Bianca Aun.