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Novo episódio do PodEnsino aborda o uso excessivo de telas e a proibição de celulares nas escolas

Psicoterapeuta e neuropsicólogo defende diálogo e educação positiva para o uso saudável da tecnologia.
publicado: 29/04/2025 08h29, última modificação: 29/04/2025 08h29

O uso de celulares nas escolas tem gerado polêmica entre estudantes, pais e educadores, estimulando um debate saudável sobre os limites e os impactos da tecnologia na vida dos adolescentes. Para aprofundar o tema, o videocast PodEnsino recebeu o psicoterapeuta e neuropsicólogo Emanuel Querino, para falar sobre o tema, especialmente no cenário pós-pandemia, em que o tempo de exposição às telas aumentou de forma significativa entre os jovens. 

Durante a conversa, conduzida pela diretora de Apoio Didático e Pedagógico, Vivienne Denise Falcão, o psicoterapeuta destacou que o vício dos jovens não vem das telas em si, mas dos conteúdos acessados por meio delas. “Telas não viciam; o vício está no conteúdo, como redes sociais, jogos e apostas”, explicou ele que há mais de 10 anos atua na interface entre psicologia e tecnologia.

O psicoterapeuta também alertou que a simples proibição do uso de celulares, determinada pela Lei nº 14.988/2024, não é suficiente para enfrentar a questão. "Apenas proibir o celular não resolve; é necessário entender o que está causando o problema e atuar sobre o conteúdo consumido", afirmou.

Outro ponto enfatizado foi a necessidade de diálogo constante entre pais, educadores e adolescentes. Para Emanuel, abordagens punitivas rígidas devem ser evitadas. "A educação positiva, baseada no controle gradual da exposição e no diálogo, é mais eficaz do que a punição", defendeu.

Além disso, o especialista ainda chamou atenção para os riscos do uso excessivo de telas desde a infância, que pode levar a uma geração com menor estímulo cognitivo, o que traz impactos para o desenvolvimento integral dos jovens. Como solução, ele propôs a oferta de atividades presenciais e alternativas ao ambiente digital, especialmente nas escolas, como forma de evitar a dependência.

Por fim, Emanuel introduziu o conceito de nomofobia — o medo irracional de ficar sem o celular — e ressaltou que, enquanto a ciência ainda busca definições claras sobre a condição, o melhor caminho é orientar os jovens e retardar o acesso irrestrito às tecnologias. “Ainda não há consenso científico firme sobre o diagnóstico e tratamento da condição. Enquanto isso, a melhor estratégia é orientar e adiar a introdução dos smartphones de forma consciente”, disse ele.

O episódio completo do PodEnsino com Emanuel Querino está disponível no IFMG Play, o canal do IFMG no YouTube. Assista abaixo: