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21 de março - Dia Mundial das Florestas
Por Profª Drª Simone Rodrigues de Magalhães*
As florestas são lugares que sempre estiveram no cotidiano das pessoas, mesmo que estas vivam em grandes cidades. Em histórias infantis, para férias em contato com a natureza, no planejamento e nas permissões do uso e ocupação do solo, até nos grandes desastres ambientais que aparecem nos noticiários. As florestas estão presentes na vida de todos e exercem mais influência em nossa vida do que imaginamos.
Mas, afinal de contas, todos sabemos o que é uma floresta? Existem centenas de definições para o termo no mundo. Cotidianamente, denomina-se "floresta" qualquer vegetação em que se predominam árvores, onde estas se tocam na parte superior (copa) formando o que chamamos de dossel.
Embora a dificuldade em se definir uma floresta, seus benefícios e funções são claramente reconhecidos.
Em termos ambientais, as florestas contribuem para conservação da água e do solo, uma vez que a vegetação corrobora para o aumento da infiltração e redução do escoamento superficial de águas pluviais.
Em termos sociais, as florestas têm um papel fundamental na regulação do clima e microclima. Na Floresta Amazônica, por exemplo, são formados os “rios voadores”: “cursos de água atmosféricos”, formados por massas de ar carregadas de vapor de água, que transportam umidade da Bacia Amazônica para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Em termos econômicos, as florestas podem produzir além de madeira, os produtos florestais não madeireiros (PFNM). Como o próprio nome indica, são todos os produtos advindos da floresta que não sejam madeira, tais como resina, cipó, óleo, sementes, plantas ornamentais, plantas medicinais, entre outros. Segundo o Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF), em 2016, os PFNM foram responsáveis por uma movimentação de cerca de R$ 1,9 bilhão, sendo que 86,5% (R$ 1,6 bilhão) corresponderam à atividade extrativista em florestas nativas.
Apesar de sua grande importância, particularmente na conservação da biodiversidade, as florestas nativas têm sido, anualmente, degradadas. Dentre as principais causas da degradação destaca-se o desmatamento para desenvolvimento de atividades agropecuárias. Ao longo da década de 1990, cerca de 70% do desmatamento ocorrido nas duas das mais importantes florestas tropicais do planeta, África e América Latina, ocorreu em função da conversão destas áreas florestais em áreas de atividades agrícolas. No Brasil, o destaque é para a pecuária, onde a baixíssima tecnificação exige grande quantidade de áreas.
O que se feito para proteger as florestas brasileiras? Além da implantação de Unidades de Conservação, que são espaços criados e protegidos pelo Poder Público, o Brasil atua na agenda de florestas por meio do Ministério do Meio Ambiente na coordenação dos Planos de Controle e Prevenção do Desmatamento (PPCDAm e PPCerrado), da Estratégia Nacional para Redução de Emissões Provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal (ENREDD+). Além do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), responsável por atividades como concessão e manejo sustentável nos biomas, e programas de pagamentos por serviços ambientais.
*Graduada em Engenheira Florestal, possui mestrado em Ciência Florestal, com área de concentração em manejo florestal, e doutorado em Ciências, grande área Recursos Florestais, opção em Conservação de Ecossistemas Florestais. Saiba mais!
> Esta ação comemorativa integra a Agenda Verde, iniciativa do Projeto Sala Verde - Núcleo de Educomunicação Ambiental - IFMG-GV.