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28 de abril - Dia Nacional da Caatinga

publicado: 28/04/2019 10h07, última modificação: 28/04/2019 10h07

*Por Profª Ms. Allynne Avylla Alves

Caatinga é uma expressão em Tupi que significa "Mata branca" (do tupi: ka'a [mata] + tinga [branca] = mata branca). A vegetação fica esbranquiçada e perde as folhas durante a maior parte do ano ou estação seca e esta situação muda durante as chuvas, promovendo a formação de novas folhas e mudando-a para a cor verde.

O dia 28 de abril foi oficializado como Dia Nacional da Caatinga pelo Decreto Federal N° 9.959, de 20 de agosto de 2003. Conforme o Ministério do Meio Ambiente (MMA), tem área de cerca de 844.453 Km2, equivalente a 11% do território nacional, e abrange os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e norte de Minas Gerais. 

Este bioma semi-árido é o mais biodiverso do mundo e abriga 932 espécies de plantas, 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes e 221 abelhas, sendo muitas destas espécies endêmicas, ou seja só ocorrem neste ambiente. Entretanto, o Ministério do Meio Ambiente considera que este seja o bioma menos conhecido do País, necessitando, portanto, de mais pesquisas e coletas. 

Cerca de 27 milhões de pessoas vivem na região, a maioria carente e dependente dos recursos do bioma para sobreviver. A caatinga tem um imenso potencial para a conservação de serviços ambientais, uso sustentável e bioprospecção que, se bem explorado, será decisivo para o desenvolvimento da região e do país. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos. Apesar da sua importância, o bioma tem sido desmatado de forma acelerada, devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, para fins domésticos e industrias, ao sobrepastoreio e a conversão para pastagens e agricultura.  

A conservação da caatinga está intimamente associada ao combate da desertificação, processo de degradação ambiental que ocorre em áreas áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas. No Brasil, 62% das áreas susceptíveis à desertificação estão em zonas originalmente ocupadas por caatinga, sendo que muitas já estão bastante alteradas. Em que pese este quadro, menos de 1,5% do bioma está abrangido por unidades de proteção integral (como Parques, Reservas Biológicas e Estações Ecológicas), que são as mais restritivas à intervenção humana. 

No contexto internacional, a caatinga está relacionada diretamente a duas das três principais convenções de meio ambiente, no âmbito das Nações Unidas, quais sejam a Convenção de Diversidade Biológica (CDB) e a Convenção de Combate à Desertificação (CCD). Este contexto pode ajudar na conservação deste bioma, caso haja união de esforços por parte dos responsáveis pela implementação destas convenções no país, respectivamente a Secretaria de Biodiversidade e Florestas e a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente e seus parceiros nas esferas governamental e não-governamental. 
 

Referências Bibliográficas:

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Caatinga. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga>. Acesso em 24.04.2019.

BRASIL. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Caatinga: Contexto, Características e Estratégias de Conservação. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga/item/191.html>. Acesso em 24.04.2019.

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* Graduada em Ciências Biológicas/ Licenciatura (2006) e Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade (2010) pelo Centro Universitário de Caratinga (UNEC). Professora de Biologia/Meio Ambiente do Instituto Federal do Maranhão (IFMA) - Campus Zé Doca. Atualmente, atua no IFMG - Campus Governador Valadares por meio de Cooperação Técnica. Saiba mais! 

> Esta ação comemorativa integra a Agenda Verde, iniciativa do Projeto Sala Verde - Núcleo de Educomunicação Ambiental - IFMG-GV.