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Alunos do IFMG contam como pandemia impactou intercâmbio na França

João Pedro e Eduardo, que estudam no Campus Bambuí, relatam que a chegada do novo coronavírus à Europa alterou o programa de intercâmbio que iniciaram em janeiro deste ano.
publicado: 29/05/2020 17h38, última modificação: 16/03/2024 09h27

Participando de intercâmbio na França desde janeiro, os alunos do Campus Bambuí, João Pedro Ribeiro Pereira Arsani e Eduardo Goulart Medeiros passaram pela experiência de enfrentar a pandemia do novo coronavírus antes mesmo que ela se agravasse no Brasil. Enquanto Eduardo, que cursa o sétimo período de Ciências Biológicas, teve que retornar ao Brasil recentemente, João Pedro, que está no nono período de Engenharia de Alimentos, teve a oportunidade de permanecer no exterior. Ambos foram selecionados para o Serviço Cívico, programa promovido pelo Ministério da Agricultura e da Alimentação da França.

“Embarquei no dia 26 de janeiro e cheguei na França no dia 27. Fui para o Liceu Agrícola Les Vaseix, que fica na divisa da cidade de Verneuil-Sur-Vienne e Limoges (na região de Haute-Vienne), onde também morei durante o período que estive lá”, contou Eduardo. Inicialmente, a expectativa era a de que ele passasse sete meses no exterior, participando de atividades acadêmicas e projetos culturais. No entanto, com o avanço da Covid-19 pela Europa, o programa foi paralisado. “Com a chegada do novo coronavírus, minhas atividades foram suspensas por tempo indeterminado, até que o governo reabrisse as escolas, universidades e liceus. Fiquei mais ou menos um mês e meio parado, até que decidiram me retornar ao Brasil”, explicou.

Essa foi a primeira experiência de intercâmbio do estudante de 21 anos, que reside em Arcos. “Tive a oportunidade de conhecer todo o Liceu e seus processos de criação de animais e produção de produtos derivados desses animais; também pude trabalhar um pouco na confeitaria do ateliê agroalimentar da instituição, no centro equestre e, claro, tive contato com alguns alunos e até participei do baile deles. A experiência foi sensacional, uma experiência que espero que não seja a única. Valeu a pena cada segundo no território francês”, relatou. 

Cervejaria onde João Pedro trabalha em DouaiJá o desembarque de João Pedro na França aconteceu em 3 de janeiro, quando chegou a Paris e, de lá, se dirigiu para Douai, cidade que fica no norte do país, nas proximidades da fronteira com a Bélgica. “Meu trabalho tem sido viver o dia a dia de uma cervejaria com atividades atreladas a esse tipo de exercício, como trituração do malte, preparação do mosto, filtração, ebulição, análises de densidade entre outras coisas. A experiência tem sido bastante gratificante, pois estou tendo noção de como é exercer uma profissão que se encaixa na minha área de atuação profissional”, contou o estudante.

Natural de São Paulo, ele diz que as medidas de isolamento social começaram a ser adotadas pelo governo francês a partir de 16 de março. “Aqui na Europa foi um susto, os casos começaram a aumentar muito. O comércio não essencial teve que ser fechado, houve proibição de circulação dentro do país, escolas e universidades fecharam, inclusive a instituição onde estou morando. Devido à pandemia, a experiência na queijaria em Le Quesnoy teve que ser cancelada e, desde então, estou na cervejaria até meu tempo aqui na França se encerrar”, explicou, complementando que o retorno ao Brasil está previsto para 5 de julho. 

João Pedro contou ainda que seu trabalho só pôde ser mantido porque na cervejaria onde atua somente três pessoas ficam no ambiente. “Como não há aglomerações, foi decidido por parte da instituição que eu poderia continuar”, afirmou. No entanto, ele relata que houve algumas alterações em sua rotina. “As atividades estão mais reduzidas e estou recebendo vales de alimentação, pelo fato do restaurante da escola ter fechado. Desde o dia 11 de maio, as medidas de isolamento social estão sendo aliviadas, mas ainda não há data para a volta das atividades escolares”.

Processo de seleção

Eduardo participou de várias atividades enquanto esteve no Liceu francêsPara conseguirem a oportunidade, os alunos do IFMG passaram por um processo de seleção feito em três etapas: avaliação do currículo Lattes; prova de inglês oral e escrita; e entrevista. Todo processo foi realizado no próprio Campus Bambuí, que lançou os editais 22 e 29/2019, em parceria com o Serviço Cívico Francês. Eduardo conta que as atividades desenvolvidas desde que ingressou no IFMG foram fundamentais para alcançar um bom resultado na seleção. “Minha vida acadêmica ajudou bastante, principalmente na entrevista, quando eu pude perceber que amadureci depois que cheguei ao IF, em 2017”, afirmou.

O desempenho nas provas de inglês foi fundamental para que ambos conquistassem a vaga. Mas os alunos revelam que tiveram dificuldade com o idioma francês. “No início, trocava muitas palavras e expressões, mas ao passar dos dias fui melhorando”, conta Eduardo. “A maior dificuldade dessa experiência está sendo o francês. Ainda tenho bastante dificuldade em comunicação nessa língua, mas consigo conversar com meu chefe em inglês sobre o que deve ser feito no dia a dia”, entrega João Pedro. 

O programa é custeado pelo governo da França, com o pagamento de bolsa e fornecimento de alojamento e alimentação.

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