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Aplicativo desenvolvido no Campus Itabirito alerta para a mistura de produtos químicos no dia a dia

Busca rápida na ferramenta revela se produtos específicos, como aqueles destinados à limpeza doméstica, por exemplo, podem ou não ser colocados em contato e quais as possíveis consequências.
publicado: 29/11/2023 15h55, última modificação: 06/03/2024 15h06

Você tem o costume de misturar produtos de limpeza com outros produtos químicos desconhecidos para limpar algum item em sua casa? E combinar bebida alcóolica com medicação? Pois saiba que algumas ações podem trazer sérios riscos à saúde e acarretar acidentes.

Pensando em solucionar tal questão, uma equipe do Campus Itabirito desenvolveu um aplicativo destinado a educar a população sobre a mistura de produtos saneantes. Por meio da ferramenta, intitulada “Posso misturar?”, é possível fazer uma pesquisa rápida e descobrir se o produto que se deseja mesclar pode causar alguma reação indesejada.

A plataforma abrange desde produtos destinados à limpeza doméstica, até alimentos, remédios e bebidas.

De acordo com o professor de Computação do campus e um dos idealizadores do projeto, Adriano Lages, os maiores riscos envolvem explosões, queimaduras graves e emissão de gases tóxicos. Caso de acentuada frequência, um dos mais comuns do cotidiano, envolve a junção de água sanitária e amônia. O docente explica que “o contato entre o hipoclorito de sódio com amoníacos forma as cloraminas. Quando inaladas, essas substâncias podem causar infecções. Já em contato direto com o corpo, podem ocasionar queimaduras”. Vale lembrar que a amônia está presente na maioria dos desinfetantes convencionais. Ele acrescenta que, em virtude disso, nunca é recomendado combinar alvejantes e desinfetantes com amônia.

Outros exemplos de misturas não indicadas incluem, entre outras, vinagre e água sanitária; álcool e água sanitária; detergente e desentupidores de pia; além de água oxigenada e vinagre.

Além do professor Adriano Lages dos Santos (Computação), a equipe do projeto conta com a professora de Química, Tamyris Cunha e com o aluno do curso técnico em Automação Industrial, Miguel Pinheiro, todos do Campus Itabirito.

Medicamentos

Adriano esclarece que a ideia é expandir o leque do aplicativo e aprofundar na área de medicamentos. “Criar um aplicativo para informar que tipos de remédios podem e não podem ser misturados é uma estratégia a ser desenvolvida no futuro”, considera.

Um exemplo clássico do uso concomitante, e que deve ser evitado, é antibiótico e leite. Isso porque, de acordo com a ferramenta, o cálcio presente no leite pode inibir a absorção do medicamento pelo organismo, diminuindo seu efeito. Além disso, a ingestão de leite pode provocar irritação no estômago em algumas pessoas. Outra medida que requer atenção é a ingestão de medicação e bebidas alcóolicas ao mesmo tempo.

Atenção redobrada

Além de lançar mão do aplicativo para pesquisa, é preciso que as pessoas leiam atentamente as instruções no verso do rótulo de cada produto antes do uso, principalmente em relação às informações sobre misturas, presentes em muitas embalagens. “O problema é que, muitas vezes, essas instruções vêm em letras muito pequenas e a leitura acaba não acontecendo”, pondera Lages.

Há que se destacar, ainda, a questão cultural. “Em muitos lares, há pessoas que têm a cultura de, desde pequenas, verem seus familiares misturando produtos químicos de limpeza”, acrescenta o professor, esclarecendo que tal costume não é exclusivo do Brasil.

Desenvolvimento da ferramenta

O aplicativo foi criado a partir da linguagem de programação JavaScript e implementado com a biblioteca React Native, o que permite a execução da ferramenta em dispositivos móveis. Para a infraestrutura de servidor, a Biblioteca Node.js foi empregada, garantindo a recepção e a atualização de dados. As informações dos produtos, bem como as orientações sobre misturas são armazenadas de forma segura em um banco de dados MongoDB.

A elaboração da lista de produtos foi realizada pela equipe do projeto, com a colaboração de professores de Química do Campus Itabirito. Cada item apresenta nome popular, nome químico, advertências sobre misturas proibidas e procedimentos a serem adotados em casos de intoxicação.

O processo de validação dos dados disponibilizados é feito por docentes especializados do IFMG. “Por meio da ação, busca-se garantir a exatidão e a atualidade das informações apresentadas, alinhando-se às melhores práticas de disseminação científica”, reitera Adriano.

A última etapa do projeto envolveu a fase de testes do aplicativo, visando à identificação de eventuais inconsistências ou limitações. O aplicativo foi implantado em um ambiente de servidores de testes, o que garante acesso por usuários em diversos dispositivos móveis. Essa diversificação tem como objetivo abranger uma ampla gama de configurações e sistemas operacionais, o que favorece a verificação de compatibilidade e usabilidade.

A ferramenta já está disponível para ser baixada na loja de aplicativo on-line Google Play Store, compatível com o sistema Android.

A ferramenta é responsiva e está disponível no link:
"Posso Misturar?" - https://posso-misturar.vercel.app/.

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