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Projeto busca solução para retirada de metais pesados em bacias hidrográficas mineiras
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) publicou o resultado final da chamada 016/2023 que dispunha sobre projetos aprovados que buscavam solucionar problemas e propor caminhos sustentáveis para a preservação e desenvolvimento dos biomas e das bacias hidrográficas do estado. Entre as iniciativas aceitas está a proposta pelo grupo da professora do departamento de Química do Campus Itabirito, Tamyris Cunha, intitulada "Uso de bioMOFs como esponjas iônicas para remoção de metais pesados em águas superficiais contaminadas e reaproveitamento delas como catalisadores para degradação de poluentes orgânicos emergentes nas bacias do Rio Doce, Rio das Velhas e Rio Itabirito”.
"O uso desse tipo de material específico permite que as esponjas sejam programadas, de maneira que a captura de substâncias seja seletiva e mais rápida, quando comparadas a outros dispositivos."
Tamyris Cunha
As MOFs (sigla para Metal-Organic Frameworks) podem ser entendidas como nanoestruturas porosas que se modificam com muita facilidade. São formadas durante o processo de montagem de blocos moleculares orgânicos e inorgânicos e possuem grande capacidade de absorção de partículas. Segundo Tamyris, a ideia surgiu em função de um problema real, que é o descarte irregular de substâncias tóxicas como os metais manganês, ferro, chumbo e níquel, em águas superficiais da região. Esses elementos são oriundos em sua maioria das residências e da atividade industrial . Assim, após constatar essa situação, o coordenador do projeto, professor Willian Oliveira, do Departamento de Química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), convidou a ela e a professora Paula Sevenini, da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) – Divinopólis para que, juntos, tentassem propor uma solução para o contágio.
A professora afirma ainda que o projeto apresenta-se como uma opção de enfretamento de um problema real que, por meio do uso de MOFs feitas a partir de aminoácidos, capta e retira de meios aquosos componentes prejudiciais ao ser humano, como os metais pesados, se transformando em bioMOFs. “Vale ressaltar que esse projeto é uma proposta para que nós possamos contribuir para a Agenda 2030, principalmente em função do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, o ODS nº 6, que é o de Água Limpa e Saneamento”, enfatiza a educadora. O uso desse tipo de material específico permite que as esponjas sejam programadas, de maneira que a captura de substâncias seja seletiva e mais rápida, quando comparadas a outros dispositivos.
Para a docente, que anseia ver sua ideia aplicada por indústrias, o fomento de ideias que promovam a sustentabilidade revela um importante reconhecimento tanto pelas organizações, quanto pela sociedade em geral, acerca da necessidade de impulsionar o desenvolvimento sustentável. Em um futuro próximo, a pesquisadora afirma existirem planos de expansão, para que as bioMOFS se consolidem como uma “estratégia de descontaminação real”. Tamyris também aguarda a obtenção de patente do material por ela articulado.
PROJETO |
COORDENADORES | INSTITUIÇÃO | FINANCIAMENTO |
Uso de bioMOFs como esponjas iônicas para remoção de metais pesados em águas superficiais contaminadas e reaproveitamento delas como catalisadores para degradação de poluentes orgânicos emergentes nas bacias do Rio Doce, Rio das Velhas e Rio Itabirito |
Coordenador: Willian Xerxes Coelho Oliveira Subcoordenadoras: Tamyris Cunha |
UFMG - Fundep Uemg - Divinópolis IFMG - Itabirito |
R$ 302.372,00 |
Por Haniel Abner Marques / Estagiário em jornalismo - Campus Itabirito