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Iniciativa com participação de professor do Campus Ouro Preto é premiada em congresso
Com a premissa de otimizar tempo das equipes de saúde e de monitorar os infectados pelo vírus Sars-Cov-2, o grupo de pesquisa “UFOP em Ação” foi premiado em terceiro lugar no 15º Congresso de Farmácia e Bioquímica de Minas Gerais, realizado pelo Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRFMG).
A ação "Implementação de web-app no telemonitoramento de pacientes com Covid-19 no município de Ouro Preto-MG", que disputou com outros 153 trabalhos científicos, mobilizou esforços da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), da Prefeitura Municipal de Ouro Preto e do IFMG - Campus Ouro Preto.
O professor do curso técnico integrado em Automação, Lucas Emiliano Moreira, representa o Campus no grupo, liderado pela professora Renata Nascimento, e se envolveu diretamente na concepção do aplicativo. Em entrevista, o docente explica os principais pontos na elaboração da ferramenta e do desenvolvimento da tecnologia, além de repercutir a importância da ação e das parcerias estabelecidas para a sua viabilização.
Leia na íntegra:
IFMG: Qual foi o ponto de partida para a concepção de um aplicativo para o monitoramento dos pacientes?
Professor: A ideia surgiu quando o grupo de pesquisa UFOP em Ação, liderado pela professora Renata Nascimento, propôs um modelo para rastreamento e monitoramento de casos suspeitos e confirmados de COVID-19, baseado no protocolo de triagem que era feito pelo TeleSUS. O grande diferencial do projeto foi a implantação de um contato telefônico personalizado, pois o TeleSUS realizava ligações automatizadas para a população. A partir daí, percebemos que podíamos usar a tecnologia para propiciar uma coleta de dados mais organizada e facilitar a posterior análise dos dados coletados. Assim, o aplicativo foi construído com o objetivo de padronizar e agilizar a coleta e a análise de dados, para que fossem mais eficientes e confiáveis.
IFMG: Como se deu o desenvolvimento da ferramenta, a nível de dificuldades de implementação e construção da tecnologia?
Professor: Em um primeiro momento, desenhamos o fluxo que a informação deveria percorrer. Foram construídos questionários que visavam a coleta de informações e condições de saúde das pessoas que tiveram contato com o vírus, tendo como base as orientações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e do Ministério da Saúde. A partir do fluxo e dos questionários, projetamos os bancos de dados que iriam ser utilizados no sistema, bem como a sua interface gráfica. Houve ainda uma fase de validação, onde fizemos inúmeros testes para garantir o correto funcionamento da ferramenta construída e o treinamento dos pesquisadores envolvidos na coleta e análise de dados.
IFMG: Como a comunidade ouro-pretana reagiu ao interagir com o web-app?
Professor: A população, de forma geral, teve uma boa adesão ao modelo de monitoramento proposto. Foram mais de 1200 entrevistas realizadas, com pouco mais de 100 recusas em responder aos questionários. A razão para esse sucesso foi baseada em uma sólida e contínua capacitação dos entrevistadores, que participaram do projeto e de um belo trabalho de divulgação e marketing, que contou com redes sociais e propaganda em veículos de comunicação.
IFMG: Sendo participante do projeto, conte-nos a importância desta ação e de seu reconhecimento no 15° Congresso de Farmácia e Bioquímica de Minas Gerais, promovido pelo Conselho Regional de Farmácia de Minas Gerais (CRFMG).
Professor: A gênese de toda pesquisa é ajudar as pessoas. Construímos um grupo de pesquisadores e alunos muito focados em realizar um trabalho que pudesse fazer diferença e auxiliar no combate à pandemia da Covid-19. O reconhecimento veio como um sinal de que conseguimos atingir nossos objetivos, e contribuímos para o enfrentamento da doença em nosso município. O trabalho concorreu com outras 153 iniciativas de diferentes áreas submetidas no 15° Congresso de Farmácia e Bioquímica de Minas Gerais.
IFMG: Após a premiação, quais horizontes almeja explorar com seu trabalho? O aplicativo será continuado?
Professor: Acabamos de firmar uma nova parceria com a prefeitura de Ouro Preto para continuar o telemonitoramento dos casos suspeitos de Covid-19, confirmados e de seus contatos próximos. A ideia é expandir o uso do aplicativo para as equipes de atenção primária à saúde, para que os profissionais de saúde possam realizar a coleta de dados diretamente dos seus respectivos postos de trabalho. Há ainda a possibilidade de expandir o uso do aplicativo para o acompanhamento de pacientes com outras doenças epidemiologicamente importantes.
IFMG: Como a parceria com a Prefeitura Municipal de Ouro Preto, com a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e com os demais envolvidos ajudou na viabilização do projeto?
Professor: A parceria foi – e tem sido – de fundamental importância para a realização desse projeto. Por meio dela, conseguimos reunir forças de trabalho para a concretização e aprimoramento das ferramentas desenvolvidas. Assim, a ideia é que possamos cada vez mais mobilizar pessoas e instituições para construirmos juntos, soluções que façam a diferença na vida de todos.
Informações - Comunicação Campus Ouro Preto