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Mulheres na Ciência apresenta iniciativas femininas nas áreas de ciências exatas
A agência espacial americana Nasa anunciou neste ano que a mestre em engenharia elétrica e astronauta Christina Koch vai compor a tripulação da missão Artemis II, prevista para 2024, quando entrará para a história como a primeira mulher a chegar à Lua. A viagem ao satélite natural da Terra vai acontecer 55 anos depois do primeiro homem pisar na Lua em uma tripulação composta somente por homens. O que mudou de lá para cá?
Nesta sexta-feira, 7 de julho, às 15h, a série de encontros Mulheres na Ciência - iniciativa executada em parceria entre a Fundação de Apoio da UFMG (Fundep) e o State Innovation Center - discute a participação de mulheres em STEM, sigla em inglês para profissionais que atuam nas áreas de ciência, engenharia, matemática e tecnologia. Em sua 12ª edição, o evento tem participação de profissionais das áreas que exemplificam a importância de ocupar seus espaços em todas as áreas.
De acordo com estudo publicado pelo British Council em 2022, ao analisar a melhoria no acesso aos níveis de graduação e pós-graduação, as mulheres são menos propensas a progredir além do nível de mestrado ou avançar em campos de pesquisa. No Brasil, a representação de mulheres em cargos de liderança na área de Ciência e Tecnologia não chega a 2%. E na área de STEM, registra-se que apenas 3% dos prêmios Nobel de ciências tenham sido oferecidos a mulheres, não por falta de mérito ou qualificação.
“A baixa participação feminina nessa área pode ser associada a um menor estímulo das meninas para jogos e brincadeiras voltados para essa área e, também, pela propagação de ideias pré-concebidas e repetidas de maneira errônea na sociedade de que haja profissões masculinas e femininas. Para mudar esse cenário, é importante dar visibilidade às mulheres e seus projetos, mostrando à população mais jovem o que está sendo feito e demonstrar que a atuação em exatas não tem gênero”, avalia a professora do Departamento de Física da UFMG, Silvia Alencar, que foi pró-reitora de pós-graduação da UFMG entre 2019 e 2022.
Entre as suas conquistas como pesquisadora, Silvia Alencar participou de projeto internacional que localizou o planeta mais jovem do Sistema Solar, batizado à época de V830 Tau b e, também, apoia o projeto ComCiência das Minas, de sensibilização para a área com meninas do ensino fundamental. “É importante dar acesso às atividades de programação, robótica, astronomia, grupos de estudos e olimpíadas acadêmicas”, defende.
Na roda de conversa, estarão também a especialista em Tecnologias Educacionais, Ana Paula Gaspar; a diretora do projeto Vai na Web, Cris dos Prazeres; a fundadora do plataforma Força Meninas, Deborah de Mari; a doutoranda em Biotecnologia, Raquel Farias e a fundadora do projeto Mulheres de Estrelas, Teresinha Souza. A mediação será realizada pela jornalista e head de comunicação do State Innovation Center, Luana Aquino.
“A discussão da equidade de gênero em STEM é sistêmica e se divide em algumas dimensões: da sociedade, da escola, da família e do sujeito em si, que são as meninas, que vão tomar a decisão de estudar aquelas áreas. As ações que precisam ser feitas para ampliar o estímulo aos campos de estudo que envolvem a sigla devem ser feitas desde a escola. Deve-se investir na formação de professores que as façam e, que possam transmitir o discurso de que todo mundo é capaz de pensar em grandes perspectivas quando se questiona sobre o que vão fazer quando crescerem, sobretudo em sociedades vulnerabilizadas”, diz a especialista em Tecnologias Educacionais, Ana Paula Gaspar.
O evento Mulheres na Ciência: Mulheres em Stem será nesta sexta-feira, 07/07, às 15h, via YouTube. As inscrições, pelo Sympla, são gratuitas. Inscreva-se aqui.
Fonte: Comunicação e Marketing Fundep