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Núcleo de Estudos em Sustentabilidade Ambiental, Agroecologia e Diversidade de SJE completa um ano de criação
Bolsistas e coordenadora do NESAD, junto ao cacique Soím, líder político da aldeia Kanã Mihay, e a outros membros dessa comunidade Pataxó.
Com 10 professores participantes, nove alunos bolsistas e seis projetos em andamento, o Núcleo de Estudos em Sustentabilidade Ambiental, Agroecologia e Diversidade (Nesad), do Campus São João Evangelista, completa um ano de atuação neste mês de agosto. Desde então, o Núcleo já promoveu e participou de diversas atividades, voltadas, em especial, a comunidades indígenas, quilombolas e de agricultores familiares da região do Campus, que fica no Vale do Rio Doce.
Um desses projetos é o "Êxitos e desafios para se promover sustentabilidade ambiental com agricultores familiares e comunidades indígenas e quilombolas frente às mudanças climáticas". O trabalho foi selecionado, junto a outras 62 iniciativas de todos os Institutos Federais do Brasil, para a Conferência da ONU 'COP 30' sobre o clima, durante o III Encontro Nacional de Inovação e Empreendedorismo na Educação Profissional e Tecnológica (InovEPT).
A proposta do Nesad é realizar pesquisas inter e transdisciplinares, focadas na coprodução de conhecimento e na implantação de mudanças junto a essas comunidades para fortalecer a diversidade cultural, a economia e a biodiversidade dentro dos seus territórios. “O Nesad dá visibilidade a esses trabalhos, que aliam ensino, pesquisa e extensão, na produção colaborativa de conhecimentos junto a comunidades não acadêmicas e promovem melhorias sociais e ambientais. Essa visibilidade atrai mais professores e discentes para este trabalho e o fortalece. O ganho é profissional e pessoal, porque gera resultados junto às comunidades e é muito enobrecedor”, explica a professora Fernanda Ayaviri Matuk, coordenadora do Núcleo.

Dentre as comunidades parceiras do Nesad estão os quilombos Córrego Frio e São Félix, localizadas respectivamente nos municípios de Paulistas e Cantagalo (que integram a Comissão Quilombola do Rio Doce) e também as comunidades Kanã Mihay e Imbiruçu, da Terra Indígena Fazenda Guarani (em Carmésia - MG). O foco das atividades é a agroecologia e sustentabilidade ambiental praticadas nessas comunidades, que, em alguns casos, ainda lutam pelo reconhecimento de suas terras.
Integrante do Nesad, a professora da área de Educação Física, Aline Gomes, destaca a receptividade e a consciência de que o trabalho nessas comunidades é uma via de mão dupla. “Essas pessoas também possuem saberes e podem nos ensinar. Vemos aquilo que podemos apoiar e o que podemos aprender, levando e trazendo conhecimento. O saber ancestral e a experiência que eles têm são primordiais”, destaca. No início deste ano, o Núcleo foi inserido na plataforma de grupos de Pesquisa do CNPq.
Inspiração
Fernanda conta que o Núcleo foi inspirado em diversos projetos ambientais na região de São João Evangelista, que visam ampliar a produção de alimentos agroecológica e a renda de comunidades que praticam agricultura familiar, mas carecem de apoio técnico e político. Outra inspiração são os grupos de pesquisa da Universidade Federal de Viçosa (UFV), especialmente no trabalho das professoras France Maria Gontijo e Irene Cardoso, que é ex-presidente da Associação Brasileira de Agroecologia do Brasil. Em setembro do ano passado professores e bolsistas do Nesad, além de integrantes das comunidades parceiras, participaram da “15ª Troca de Saberes”, evento realizado durante a Semana do Fazendeiro, na UFV.

Participantes do NESAD e outros parceiros, integrantes da Rede Afroecológica, incluindo membros da 'Comissão Quilombola do Rio Doce' e do 'Observatório de Conflitos e Confluências do Rio Doce' (OCDOCE), da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI).
