Mulheres no mundo do trabalho
Neste dia 08 de março, comemorou-se o dia internacional da mulher. Muitos avanços e conquistas ocorreram por parte das mulheres como uma maior participação no mercado de trabalho, maior nível de instrução e a ocupação de cargos de liderança. As mulheres atualmente ocupam posições sociais e atividades profissionais até então permitidas e validadas única e exclusivamente para homens, hoje elas estão na política, na engenharia, na ciência e na tecnologia, são protagonistas do próprio negócio, empreendedoras, juízas e doutoras. Mas ainda existem desafios a serem superados, como a maior taxa de desemprego que ocorre entre as mulheres, a dupla jornada de trabalho e a desvalorização do trabalho feminino que podem receber menos que os homens mesmo realizando as mesmas atividades.
De acordo com dados do IBGE divulgados em 2019, 65% da mão de obra geral do mercado ainda é masculina, em comparação com 35% feminina. E em muitas situações o desemprego pode ser maior para as mulheres em relação aos homens. Ainda segundo a mesma pesquisa, as trabalhadoras brasileiras podem receber até 20% a menos que os homens, mesmo quando têm ensino superior e exercem a mesma função.
Um grande desafio ainda enfrentado por muitas mulheres é que os serviços domésticos ainda são atribuídos quase exclusivamente à elas, as mulheres precisam dividir o seu tempo entre o trabalho de dentro e fora de casa, o que pode provocar excessiva carga de trabalho total e gerar exaustão.
Além disso, para conseguir realizar todas as atividades de cuidado e atividades domésticas muitas mulheres são estimuladas a aceitar trabalhos mais precários e até mesmo a recusar cargos de liderança.
A revolução industrial no Brasil é um dos principais marcos da entrada da mulher no mercado de trabalho. Com o avanço dos processos de industrialização, sobretudo a partir da década de 1930, o aumento da demanda por mão de obra abriu espaço para que as mulheres saíssem de casa e entrassem na indústria. Neste momento, foi destinado a elas grande parte das funções não qualificadas com a justificativa de que neste momento não possuíam conhecimento técnico necessário
Frequentemente, o trabalho doméstico não é reconhecido como trabalho mesmo por aqueles que habitam no mesmo espaço domiciliar. Ter um trabalho remunerado para muitas mulheres pode representar sair do lugar de invisibilidade e ter uma atividade reconhecida que permite exigir direitos e deveres mais igualitários em relação aos homens.
Com o objetivo de colocar em prática a equidade de gênero, muitas empresas estão se adaptando à realidade da mulher no mercado de trabalho, flexibilizando os horários e formas de atuação. Como é o exemplo do home office, que tem surgido como uma alternativa para as mulheres que ainda precisam cuidar sozinhas da casa e dos filhos. As redes de apoio entre mães e mulheres também estão crescendo e se mostram valiosíssimas nesse processo de estabilidade e inserção das profissionais no mercado.
Além disso, algumas sugestões podem melhorar essa sobrecarga feminina:
- As mulheres são levadas a acreditar que precisam realizar todas as atividades domésticas, cuidados dos filhos de maneira sozinha, o que pode lhes custar muitas vezes sua saúde física e mental. Estabeleça limites e não se sinta obrigada a atender as necessidades de todos ao seu redor;
- Compartilhe as atividades domésticas e cuidado com os filhos com seu companheiro(a).
- Construa uma rede apoio com vizinhos, amigos, parentes que possam ajudar em um momento de urgência;
- Ensine os filhos tarefas domésticas de acordo com a idade deles independente do gênero para se tornarem no futuro adultos funcionais;
- Separe algum momento do dia para um realizar alguma atividade prazerosa, é um autocuidado necessário;
Há muito o que ser feito ainda, mas algumas reflexões são importantes sobre como ocorre a divisão em relação ao trabalho entre homens e mulheres, o porquê socialmente ainda o trabalho doméstico é destinado apenas às mulheres e como isso pode ser modificado, quais políticas públicas podem ser aperfeiçoadas para que as mulheres possam permanecer no mercado de trabalho ou mesmo almejar postos de trabalho melhores e além disso, como podemos incentivar que meninas se interessem por cursos de formação que ainda em sua maioria são ocupados por homens como é o caso da área de tecnologia e engenharia. Essas reflexões permitem pensar um mercado de trabalho ainda mais acolhedor às mulheres e com mais qualidade de vida.
Referências